Embasada em depoimentos obtidos no convívio social dos quilombolas de Alto Alegre e adjacências, a professora redigiu sua dissertação fazendo uso da história oral transmitida principalmente pelos anciões (fato que denota ainda mais as tradições africanas na região) mostrando as origens desta comunidade, o convívio social, a religiosidade de matriz africana e cristã, organização econômica, tradições culturais, papel social de pessoas da comunidade, mudanças ocorridas ao longo dos anos e o processo de luta pelo reconhecimento identitário quilombola realizando ligações desta cultura com a cultura africana e afrodescendente.
Marlene Pereira também utilizou também sua dissertação para, através da comprovação da existência desta e de outras comunidades quilombolas existentes em território cearense, desmitificar a idéia da "inexistência de negros no estado do Ceará", idéia esta transmitida pelas elites e pelo próprio dircursso acadêmico durante o processo histórico de formação da sociedade cearense, dircursso este que permanece no subconsciente da popular até os dias atuais. Percebeu-se o valor da produção deste trabalho, que demonstra a existência do "mito da democracia racial", do preconceito, do autopreconceito e da negação étnica ao mesmo tempo em que expõe o processo de valorização identitária, de orgulho as raízes, de superação social e de espírito de luta das comunidades quilombolas, presente na comunidade de Alto Alegre.
A dissertação foi apresentada no NUPER (Núcleo de Pesquisas e Estudos Regionais) da UFC - Benfica e contou com a presença de autoridades, estudiosos, professores doutores e vários representantes da comunidade Quilombola do Alto Alegre.
A dissertação foi apresentada no NUPER (Núcleo de Pesquisas e Estudos Regionais) da UFC - Benfica e contou com a presença de autoridades, estudiosos, professores doutores e vários representantes da comunidade Quilombola do Alto Alegre.
Por Ivaldo Rocha
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